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Vila Ferroviária de Paranapiacaba

quinta-feira, 31 de março de 2011

GEOGRAFIA EM PAUTA

Em discussão...

Mundialização e Globalização: potencializando conceitos no ensino de Geografia.

Fellipe de Assis Zaremba[1]

1.      Introdução

A escola não pode ignorar as profundas alterações que os meios/tecnologias de comunicação introduziram na sociedade contemporânea e, essencialmente, perceber que os mesmos criam novas maneiras de aprender.
Nesse contexto, o trabalho do ensino geográfico não é mais de memorização, consiste em contribuir para a construção de uma consciência crítica e espacial com raciocínio de localizar e entender determinado fato no que diz respeito à situação mundial contemporânea.
Tal movimento atribui à Geografia uma dimensão de realização social, e outra, subjetiva, de realização individual.
Ampliar as discussões sobre as transformações do mundo atual em sala de aula é conteúdo imperativo da Geografia. A utilização de conceitos é oportunizada quando ensinamos e transmitimos fatos marcantes ocorridos entre o final da década de 1980 e o início da de 1990 que determinaram um processo de transformações ou rupturas políticas e econômicas no mundo. O que muito acertadamente pressupõem produções acadêmicas do saber geográfico que visão compreender as relações entre a geografia científica e a geografia escolar, face às origens de práticas e métodos, bem como a utilização de conceitos que influenciaram e ainda influenciam muitas das práticas de ensino.
            Neste sentido a prática de ensino nos confere desafios gerando reflexões distintas acerca dos objetos e métodos do fazer geográfico, sobretudo quando nos deparamos com denominações ideológicas tão complexas como Globalização e Mundialização do Capital.
            Levando em consideração que o processo educativo é amplo e influenciado pelas variáveis pedagógicas e sociais, não se trata de reconhecer, apenas, o princípio de diferenciação entre globalização e a mundialização, tão pouco substituí-los, uma vez diante da perspectiva de atender aos desafios pelas orientações e normas vigentes, é preciso olhar de perto, seus sujeitos, suas complexidades ideológicas e condições concretas na História.
            Esses desafios, do meu ponto de vista, enriquecem o debate.
            Em um primeiro momento é preciso deixar clara a importância do conteúdo geográfico para o entendimento da sociedade e na própria formação do aluno evitando, com isso, que domine de um lado o ensino dispersivo e de outro o princípio da terminalidade com vistas à preparação específica para vestibulares. Considerando a importância do conteúdo isso revela reconhecer a existência de uma dissonância necessária entre a geografia acadêmica e a geografia escolar.
            Além disso, a geografia escolar garante um espaço específico para o tratamento das questões sociais e ecológicas dentro das escolas, permitindo que os problemas do mundo e dos alunos sejam discutidos. É uma maneira de ensinar com clareza nos seus pressupostos teóricos com atenção à ciência, ao conteúdo, e à sua dimensão objetiva didática com vistas a uma identidade de ensino geográfico.
            Em um segundo momento, proponho tratar Globalização e Mundialização como conceitos, possibilitando a viabilidade de um instrumento mental que nos serve para pensar as diversas realidades, representando-as num processo dialético num conjunto de propriedades (formando a sua compreensão) como realizadas num conjunto de objetos (constituindo a sua extensão).
            Torna-se fundamental, com essa discussão, permitir questionamentos sobre os conceitos visando novas possibilidades de aprendizagem, pois muitos professores e alunos confundem e invertem o real significado da Mundialização e da Globalização.


[1] Mestre em Educação pela Universidade Nove de Julho – UNINOVE. Graduado em História e Pedagogia com habilitações em Administração e Supervisão Escolar. Assessor Pedagógico da Editora Construir. Professor de Sociologia e Filosofia das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU – SP. (fellipeazaremba@yahoo.com.br)

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